Irmandade fundada em 2 de Março de 1874, por compromisso aprovado por alvará nesta data, sob o apadrinhamento da Virgem Senhora da Lapa, sendo o seu primeiro Provedor Francisco Ignácio Tinoco de Sousa. A ação assistencial iniciou-se pela Casa da Caridade, que devia ter a sua sede na Rua Direita.

A primeira Mesa Regedora iniciou os seus trabalhos, segundo ata de instalação, em 15 de Março de 1874 e logo começou a pensar num Hospital, sendo provisoriamente estabelecido num prédio cedido pelo Comendador António da Costa Faria e anexando, em 5 de Outubro de 1874, os fundos de um Hospital que existiu nesta antiga Vila, com a designação de Albergue dos Caminhantes, fundado em 1846.

A Primeira pedra para o novo Hospital de S. João de Deus foi colocada em 5 de Outubro de 1874, vindo o novo Hospital a ser solene e festivamente inaugurado em 27 de Outubro de 1878, no Largo Tinoco de Sousa, junto à Capela de Nossa Senhora da Lapa. Para atender os idosos desamparados foi criado, num sector do Hospital, o Asilo Domingos Monteiro, como preito a benemerência recebida.

Com o decorrer do tempo e o desenvolvimento da Vila, o Hospital foi-se tornando incapaz de satisfazer os cuidados de saúde, daí a necessidade de construção de um novo Hospital, que veio a ser inaugurado oficialmente em 16 de Maio de 1964, 4 acabando por atingir trezentas e trinta e sete camas, sendo o Asilo instalado em edifício situado na cerca e adaptado a tal fim, com capacidade para vinte utentes.

O quarto piso do hospital só mais tarde foi concluído, passando para este a pediatria e maternidade, deficientemente instaladas e a não corresponderem à procura verificada. A atividade da Irmandade dedicava-se principalmente à hospitalar, procurando que esta valência satisfizesse as exigências de saúde, conseguindo assim que o seu “Hospital de S. João de Deus” fosse classificado como Distrital, da classe A, a mais elevada na então legislação em vigor. Tão meritório trabalho veio a desmoronar-se, o que aconteceu por todo o País, com a nacionalização dos hospitais após o 25 de Abril de 1974, passando para a administração estatal, reduzindo-se a Misericórdia ao Asilo que já não dispunha das mínimas condições de funcionalidade.

 

Descrição heráldica

O brasão é composto por dois escudos ovalados:
Coroa real fechada, sendo visível gorra de veludo vermelho e cinco hastes de ouro, carregados de pérolas, tudo encimado pelo globo e pela cruz, encimada por um paquife em ouro.
O aro da coroa ostenta três rubis e duas esmeraldas.
À esquerda, em fundo branco, a tradicional imagem da Senhora do grande manto azul, com resplendor e vestida de cor púrpura, apresentando dois querubins dourados a seus pés,
postados em adoração; o manto aberto para a todos acolher é sustentado por outros dois querubins.
À direita, as armas de Portugal, com cinco escudetes de azul, postos em cruz, carregados de cinco besantes de prata, bordadura com sete de ouro.

 

Em fundo azul, a data da fundação: 1874.
Listel em branco com a designação SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE V. N. DE FAMALICÃO